Faltando poucos dias para Semana Santa, época em que, tradicionalmente, o consumo de carne de peixe chega ao maior índice do ano, as perspectivas não são boas para os piscicultores de Santa Maria. Uma combinação de dois problemas - a pandemia de coronavírus e e a estiagem que se prolonga desde dezembro - deve reduzir a produção e as vendas em até 70%, nas projeções mais pessimistas.
Na Piscicultura Bela Vista, no Distrito de Arroio Grande, 27 dos 53 tanques estão secos - e nos demais, o nível é baixo, e a perspectiva é de que mais sejam esvaziados nas próximas semanas.
- Tenho muito açude seco. Não tenho nem ideia de quanta chuva seria necessária para tudo voltar ao normal. A qualidade da água não é a mesma já. O próprio peixe não desenvolve como em outros anos. Essa área tem 16 anos, e nunca tinha acontecido uma situação dessas _ explica Sérgio Dal Piva, proprietário da piscicultura e presidente da Associação de Piscicultores de Santa Maria.
Dal Piva estima uma redução de 70% nas vendas durante a Semana Santa. Pela seca e pelo receio de contágio do coronavírus, o produtor não vai participar da Feira do Peixe Vivo, que ocorre entre 6 e 10 de abril. No período, Dal Piva vai manter apenas um ponto de venda em Camobi. O produtor, que já chegou a comercializar 10 toneladas de peixe em edições passadas, acredita que as vendas desse ano não cheguem a duas.
_ Calculo de um ano e meio a dois anos para normalizar tudo. São ciclos. Em dois anos conseguimos renovar toda a produção com uma boa qualidade de água _ estima.
Já outros produtores acreditam em perdas menores, mas ainda significativas.
_ Acredito que tenha acontecido uma perda em torno de 25% na produção, devido a estiagem. A água aquece muito e alguns peixes acabam morrendo _ explica Paulo Schuster, da Piscicultura Schuster.
O piscicultor aposta nas boas vendas da Semana Santa para enfrentar a crise do setor.
FEIRA DO PEIXE VIVO
A tradicional Feira do Peixe Vivo vai acontecer em 2020, mas com alterações devido à pandemia do coronavírus. A edição deste ano não será no Largo da Gare, como ocorria tradicionalmente, mas em bancas espalhadas por diversos pontos da cidade (veja abaixo), com o objetivo de evitar aglomerações. A Feira ocorre entre a segunda e sexta-feira da próxima semana.
- De alguma forma vamos procurar levar para a população o peixe que tanto é apreciado, principalmente nessa época. Estamos fazendo as feiras descentralizadas. Faremos espalhado pela cidade, cada produtor em um ponto específico, respeitando todas as orientações - explica Barreto.
As bancas estarão espalhadas e será respeitada a distância mínima entre comerciantes e consumidores. A fila também será com distanciamento de dois metros, e se estuda o atendimento por fichas.
- Já sentamos com os produtores, eles estão bem conscientes disso, todo mundo está bem preocupado com a questão da aglomeração de pessoas, e também com a questão de respeitar o decreto da prefeitura - conta o secretário.
Além da feira, o Caminhão do Peixe, que atualmente está com as atividades suspensas, vai circular por diferentes pontos da cidade (os locais serão divulgados nos próximos dias) entre 6 e 10 de abril.
A prefeitura ainda não divulgou os horários (que, de acordo com o decreto, devem ser reduzidos a apenas um turno de quatro horas) e os tipos de peixes ofertados.
PONTOS DE VENDA
- Rua Eugênio Mussoi, na Vila Santos (no Bar Sodré)
- Faixa Nova de Camobi, ERS-287 (ao lado do Posto Santa Lúcia)
- Faixa Velha de Camobi, ERS-509 (próximo da Caixa Econômica Federal)
- Rodovia do Imigrante, Faixa de Silveira Martins (distante 4 Km da rotatória para Silveira Martins)
- Avenida Paulo Lauda (no Centro Comunitário Tancredo Neves )
- BR-158, Faixa de Rosário (2 Km depois da segunda ponte do Bairro Tancredo Neves)
- Avenida Walter Jobim (junto à Aurora Máquinas)
- Rua Marechal Deodoro, 43 (próximo a Cyrilla, em frente ao semáforo)
- Rua Venâncio Aires (em frente ao Mercado Brutti)
- Avenida Borges de Medeiros (próximo à rotatória da Salgado Filho)
- BR-158, Faixa de Rosário (junto à ponte do Passo do Raimundo, próxima da Fruteira Feltrin)
- Rua Venâncio Aires, 579 (entre Borges de Medeiros e Appel)
*colaborou Felipe Backes